sábado, novembro 19, 2005

 

A Energia Abundante e Gratuita - 5

Vamos, agora, apresentar alguns aspectos técnicos, para comprovar a existência desta fonte permanente de energia constituída pelo vácuo presente em todos os pontos do Universo.

A física clássica nos ensina que qualquer carga elétrica, quando é acelerada, emite radiação eletromagnética. Os átomos de todos os elementos químicos estão dispostos no vácuo e apresentam um núcleo com carga positiva e elétrons negativos que circulam em órbitas fechadas em torno desse núcleo. Como os elétrons que circulam o núcleo estão sendo acelerados constantemente, eles devem emitir energia eletromagnética [radiar] de forma contínua e, aparentemente, deveria ter uma órbita espiralada e iriam, com o passar do tempo, se chocarem com o núcleo positivo. Nesta condição, todos os átomos seriam instáveis, algo desmentido pela prática. Para resolver essa dissonância, os físicos introduziram a mecânica quântica, que é essencialmente um conjunto de regras matemáticas para descrever o que de fato acontece. Quando fazemos a pergunta “por que o elétron não radia sua energia?” recebemos a resposta “bem, pela teoria quântica ele não radia”. Neste ponto, não apenas os leigos mas até alguns físicos começam a desconfiar que alguém não está contando a verdade completa.

Vejamos a explicação de porque o elétron em um simples átomo de hidrogênio não radia enquanto ele circula em torno do próton, em sua órbita atômica estável do estado fundamental. Este assunto foi revisto recentemente levando em consideração o que já se conhece sobre os efeitos da energia do ponto zero [1]. O elétron pode ser visto como um elemento que radia continuamente para fora sua energia, como previsto pela teoria clássica, mas simultaneamente absorve uma quantidade compensatória de energia do mar sempre-presente de energia do ponto zero no qual o átomo está imerso, e se for assumido um equilíbrio entre esses dois processos chega-se aos valores corretos para os parâmetros que definem a órbita do estado fundamental. Portanto, a órbita do estado fundamental é obtida por um equilíbrio dinâmico no qual o colapso desse estado é evitado pela presença da energia do ponto-zero. A importância desta observação é que a própria estabilidade da matéria em si parece depender da presença desse mar subjacente de energia eletromagnética do ponto-zero.

A teoria quântica está repleta de fenômenos de “flutuação”, inclusive de flutuação do próprio vácuo. Antes do advento da teoria quântica, os físicos pensavam que qualquer oscilador simples, como um pêndulo, após excitado, iria acabar ficando parado se não fosse continuamente energizado por uma força externa, como uma corda. Isto ocorreria por causa das perdas de fricção no sistema.

Após ter-se descoberto que a teoria quântica era uma representação mais precisa da natureza, uma das descobertas dessa teoria foi que tal oscilador não iria ficar totalmente parado, mas iria continuar a “balançar” aleatoriamente em torno de seu ponto de repouso, devido à presença de uma pequena quantidade de energia sempre presente, a chamada “energia do ponto-zero”. Apesar dessa movimentação não ser observável a olho nu, porque é muito pequena, ela é no entanto muito real, e em muitos sistemas físicos ela tem conseqüências importantes. Um exemplo é a presença de uma certa quantidade de “ruído” em um receptor de microondas que nunca pode ser completamente eliminado, não importando quão perfeita é a tecnologia empregada. Este é um exemplo que mostra que não apenas dispositivos físicos, como os pêndulos, possuem esta propriedade de flutuação incessante, mas também os campos, como os campos eletromagnéticos (ondas de rádio, microondas, luz, raios-X, etc).

Apesar da energia do ponto-zero em qualquer modo particular de um campo eletromagnético ser muito pequena, existem tantos modos possíveis de propagação (em freqüências e direções distintas) no espaço aberto, que a energia do ponto-zero somada de todos os modos possíveis é extremamente elevada; na realidade, é maior que, por exemplo, as densidades de energia nuclear. E tudo isso está no chamado espaço “vazio” em nossa volta. Vamos nos concentrar nos efeitos de tais flutuações eletromagnéticas do ponto-zero. Com valores tão elevados, pareceria que os efeitos da energia eletromagnética do ponto-zero deveriam ser muito óbvios, mas isso não é o caso pois sua densidade é bastante uniforme e balanceada. Assim como um vaso em pé em uma sala provavelmente não irá cair expontaneamente, também um vaso bombardeado uniformemente por todos os lados por milhões de bolas de ping-pong também não iria cair, por causa das condições balanceadas do bombardeio uniforme. A única evidência deste bombardeio poderia ser a movimentação muito pequena do vaso, e mecanismos similares a esse são agora admitidos no tremor quântico da movimentação do ponto-zero.

No entanto, existem certas condições nas quais a uniformidade e o equilíbrio da energia eletromagnética de fundo do ponto-zero é ligeiramente perturbada e que leva a efeitos físicos relevantes. Um desses casos é a possibilidade de extrair energia elétrica do vácuo, já mostrada por vários autores [2],[3]. Comentaremos sobre este tema proximamente.

Abraço, Rui.


Referências:

[1] H. E. Puthoff, “Quantum Vacuum Fluctuations: A New Rosetta Stone of Physics?”, http://www.clas.ufl.edu/anthro/ZPE.html, http://www.ldolphin.org/zpe.html.

[2] Robert L. Forward, “Extracting Electrical Energy from the Vacuum by Cohesion of Charged Foliated Conductors”, Phys. Rev. B 30, 1700 (1984).

[3] Tom Bearden, http://www.cheniere.org


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