quinta-feira, outubro 19, 2006

 

O Verde da Vida


Ao passearmos por uma floresta, a cor predominante do ambiente é o verde. Somos, literalmente, banhados por essa radiação eletromagnética que os nossos olhos identificam como sendo a tonalidade verde. No entanto, aparentemente, para mantermos uma saúde impecável, a raça humana deve ter seu corpo irradiado por fora e por dentro pela radiação verde. Vamos elaborar um pouco mais este tema.

A observação constitui o fundamento de todas as ciências. Você e eu temos o direito de fazer observações da natureza e tirar nossas próprias conclusões, sejamos nós cientistas ou não. Nossas experiências pessoais nos ajudam a permanecer no comando de nossas vidas. Nenhum dado científico deve substituir a nossa experiência própria [1].

Quando se diz a uma criança para não tocar no fogo, este aviso não irá significar muito para ela até que a criança tente efetivamente tocar as chamas e se machuque. Apenas através da observação prática é que conseguimos aprender a ligar as conseqüências com as causas, e ficarmos conscientes do que esperamos que aconteça em determinada situação. Ouse observar e, dessa forma, atinja os objetivos que você almeja na vida através de ações conscientes, ao invés de constantemente e cegamente seguir os conselhos de alguém que você julga "conhecer melhor o assunto".

Os chimpanzés são muito semelhantes aos seres humanos. As pessoas e os chimpanzés compartilham cerca de 99,4% de nossa seqüência de DNA [ADN], o que nos faz mais relacionados entre si do que com qualquer outra espécie de animal. O cérebro humano é muito parecido com os dos chimpanzés. Eles têm os mesmos tipos de grupos sanguíneos [A, B e O], inclusive com o fator Rh [tirado da palavra Rhesus, um tipo de macaco], o que tem levado a serem usados para estudos de compatibilidade para transplantes de tecidos, para pesquisa sobre hepatite e outros estudos médicos. Como os chimpanzés e os humanos estão tão intimamente relacionados e o estudo dessa relação é tão crítica para nossa saúde, porque nós humanos não aplicamos nossos estudos em ambos os sentidos? Por que nós colocamos nossas piores doenças nos chimpanzés, mas não aprendemos com os hábitos saudáveis deles? Ao invés de fazê-los ficar doentes, por que não aprendemos com eles a ficar saudáveis? Por que, pelo menos, não tentamos comer o que eles comem para ver o que acontece conosco?

Muitos nutricionistas ligam os problemas de saúde humana com deficiências nutricionais. A humanidade perdeu seu modo natural de se alimentar. A compreensão dos hábitos alimentares dos chimpanzés selvagens pode nos ajudar a entender melhor as necessidades da dieta humana. Os dois maiores grupos de alimentos dos chimpanzés são frutas e folhas verdes. Eles apenas lançam mão de vegetais tipo raiz [como cenouras, beterraba, batata, etc] no caso de forte seca e de falta de outros alimentos. De acordo com Jane Goodall, uma pesquisadora famosa de chimpanzés, a percentagem de tempo que os chimpanzés levam para comer folhas, em relação ao tempo total de sua alimentação, varia de 25 a 50%, dependendo da época do ano. 2 a 7% de suas dietas são constituída de talos e casca de árvores. Na época de floração das árvores, entre março e abril, eles comem flores, até 10% da dieta. Os chimpanzés não comem muitas nozes, sendo até 5% de sementes. O consumo de insetos e de outros animais não chega a 1% da dieta deles. Comparando nossa dieta com a dos chimpanzés, notamos que a maioria de nossos vegetais são constituído de raízes, enquanto que os chimpanzés selvagens nunca comem vegetais tipo raiz, a não ser que haja uma grande seca e as frutas e folhas verdes não estejam disponíveis.





Uma característica marcante dos chimpanzés é que eles nunca comem no final da tarde e à noite. Eles acordam bem cedo, com a primeira luz da aurora. Após deixar seus ninhos, eles se tocam entre si por alguns minutos e, então, começam a procurar por comida. O mais freqüente é que eles se alimentam de frutas na parte da manhã e consomem um pouco de folhas neste período. Após 4 horas nessa atividade, eles param por uma a duas horas para brincar ou dormir no sol. Em seguida, eles retomam a se alimentar, comendo principalmente folhas verdes até cerca de 3 ou 4 horas da tarde, após o que eles se tocam e preparam seus ninhos para o sono noturno.

[continua em O Verde da Vida - 2]

Referência:
[1] Victoria Boutenko, Green for Life, Raw Family Publishing, 2005.

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