quarta-feira, outubro 11, 2006

 

A Vida é como um Parque de Diversões


Certo dia estava eu [Laércio B. Fonseca] a passear [em viagem astral, usando o corpo astral, um dos nossos sete corpos: físico, etérico, astral, mental, intuicional, búdico e crístico] por um bosque maravilhoso. Meu espírito flutuava e vagava por entre as árvores. Fui então conduzido diante de um senhor com aparência de bem velhinho, que estava sentado à margem de um lago. Era como se ele já me esperasse para um diálogo.


Sentei-me diante dele, nos cumprimentamos e comecei a perguntar:
- Mestre, eu ando meio confuso. Dizei-me o que é evolução. Como e qual a melhor maneira e o melhor caminho para a evolução?
Com extremo carinho e paciência, aquele ancião me respondeu:
- Meu caro menino, preste bem atenção em uma história que vou lhe contar.

Muito distante deste tempo e deste espaço, em uma outra dimensão e numa outra realidade, estávamos todos nós unidos. Todos éramos uma só essência, um só corpo, um só ser. Éramos o Tao, a supremacia divina. Nossos pensamentos atuais não conseguem se lembrar disso tudo, porém éramos assim.

Nestes tempos não existia ainda o Universo material, nem os planos energéticos que agora estamos habitando. Era um tempo antes da criação dos versos do Universo. Só existia a Unidade indivisa.

Foi nestes tempos que o TAO, a Unidade, resolveu criar para si um imenso "Parque de Diversões", onde pudesse se divertir e enriquecer seu âmago de experiências novas.

Foram, então, criados os Universos dimensionais e materiais. Através de nossa própria energia interna e pela força de nossa vontade, tudo se fez e a creação do Universo material e temporal foi realizada.

Bilhões e bilhões de galáxias, trilhões e trilhões de estrelas e sóis. Infinitos e incontáveis planetas e mundos foram creados. Estava montado o "gigantesco Parque de Diversões".

Neste ponto, todos nós nos transformamos em crianças, vestimos trajes especiais e invadimos o "grande Parque de Diversões Cósmicas" em busca das experiências e sensações para nossa alma.

Nessa época, o Tao se dividiu e cada partícula foi brincar em um brinquedo cósmico.

Nós, meu filho, já brincamos em muitas dessas estrelas que brilham no firmamento. Hoje estamos a brincar no planeta Terra. Aqui neste mundo já brinquei de ser escravo, de ser rei. Fiz batalhas e guerras, amei muitas mulheres, tive muitos filhos. Fome passei e angústias vivi. Fui torturado pelos cárceres dos inimigos e fui crucificado pelas doenças da carne.

Hoje eis aqui meu espírito se deliciando em ser velhinho, um monge de Shaolin a conversar com você, meu filho, que brinca de ser Laércio.

Como vê, caro menino, existem muitos brinquedos no Cosmos e pelo Universo. Na condição imposta pelo brinquedo deste mundo, os seres não compreendem muita coisa. Para que as sensações sejam as mais reais possíveis, as regras são claras e objetivas. Nesse brinquedo, nós, espíritos eternos oriundos da essência suprema do TAO, temos que usar as roupas físicas, encurtar nossos sentidos e percepções, e esquecer da nossa fonte de origem cósmica.

No entanto, nós mesmos escolhemos tudo isso e sem dúvida iremos até o fim nessa jornada maravilhosa.

Você me perguntou o que era evolução, e como vê, a evolução como a imaginava, não existe.

Nós e todos os seres deste Universo, não somos diferentes uns dos outros. Somos uno. Não existe no Universo todo, um ser sequer mais evoluído ou diferente de ti.

O que existe apenas são partes de nós mesmos brincando em brinquedos diferentes. Esses brinquedos diferentes dão àquelas partículas irmãs, condições de enxergarem as coisas do Universo por um ângulo diferente. Aparentemente, eles podem ser mais evoluídos do que nós, porém isso é só em aparência.

Não se preocupe jovem filho e irmão. No Universo ninguém precisa se preocupar em evoluir ou atingir os altos planos ou níveis. Nós já somos a essência divina do TAO. Temos apenas que cumprir as leis naturais impostas por nós mesmos para o funcionamento do "grande Parque Cósmico".

Naturalmente, tudo vai fluindo e acontecendo.

Quando nossa jornada pela Terra estiver findada, iremos para outros lugares, brincaremos em outros brinquedos cósmicos. Essa é a nossa essência divina. Somos crianças, e como crianças, queremos apenas nos divertir, brincar e aprender.

Olhe para as crianças da Terra, como elas são despreocupadas. Correm de um lado para outro com leveza em seus espíritos. Puras e preocupadas somente em se divertir. Esse é o grande exemplo e caminho que posso te ensinar. Esse deve ser o Tai-Chi e o Kung-Fu que deveis praticar: o Tai-Chi de uma criança.

Os homens adultos perderam sua conexão com a criança divina que todos nós somos. Suas vidas se transformaram em angústias e sofrimentos. Não vivem mais para brincar ou se divertir. Vivem apenas para ganhar dinheiro e outras coisas mais.

Volte a ser criança, meu filho, e estarás mais próximo do Tai-Chi cósmico e da essência do Tao. Na jornada do crescimento interior, o homem não precisa aprender coisas ou estudar e encher suas mentes de cultura. O homem necessita apenas esvaziar tudo e retornar a ser a criança que saiu do Tao para brincar no Parque Cósmico da Vida.

O caminho é ser simples, infantil e nos divertirmos no carrossel da vida, sem complicações.

Todos verão um dia, quando essa jornada na Terra terminar para todos nós, como são as coisas e como a verdade é simples.

A verdade é simples, mas não tão simples que por causa de sua simplicidade os homens não a encontram. As pessoas a procuram nos lugares mais distantes e formulam milhares de teorias para explicar as coisas. O homem se perdeu em suas complicações e emaranhou-se no seu brinquedo cósmico. O homem se assemelha a uma criancinha que, por acidente, esbarrou num complicado quebra-cabeça recém montado pelo pai. Com muito medo de uma bronca do pai, a jovem criança fica perdida no meio das peças do quebra-cabeça tentando remontá-lo.

Na simplicidade você encontrará, meu filho, o caminho e as verdades que iluminarão seu espírito.

Verás como tudo no Universo está perfeito como sempre foi. Compreenderás as guerras, as doenças, as tristezas e perceberá sua razão lógica de ser.

Sede simples, sede uma criança. Faça do seu Kung-Fu e do seu Tai-Chi o caminho de uma criança.

Sede feliz e divirta-se muito neste imenso "Parque de Diversões Cósmicas".

Muita paz a ti meu filho.

Terminado o diálogo e a exposição do mestre, meu tempo havia se esgotado. Despedi-me do mestre e agradeci suas generosas palavras, as quais transformaram radicalmente minha vida e meu caminhar por sobre a Terra.


Fonte:
Laércio B. Fonseca, Tai-Chi e Kung-Fu: A Espiritualidade, A Transcendência, A Mística, pp. 151-155.

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